As isenções anunciadas nesta quinta-feira (20) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ajudam a aliviar parte do tarifaço imposto ao Brasil, mas não mudam o quadro geral da taxação. Segundo um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 63% das vendas brasileiras ao mercado americano seguem sujeitas a algum tipo de sobretaxa.

De acordo com o levantamento, 37,1% das exportações brasileiras agora estão livres de tarifas adicionais, o equivalente a US$ 15,7 bilhões. É a primeira vez, desde agosto, que o volume exportado sem sobretaxa supera aquele submetido à tarifa cheia de 50%.

Ainda assim, 32,7% das exportações brasileiras continuam pagando a tarifa máxima, formada pela combinação de 10% de tarifa recíproca e 40% da sobretaxa específica imposta ao Brasil. Outros segmentos seguem enfrentando cobranças setoriais, como aço e alumínio, que permanecem com tarifa de 50% pela Seção 232.

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, o avanço é importante, mas parcial. Ele afirma que setores industriais relevantes, como máquinas, móveis e calçados, que têm os EUA como principal destino, ainda estão fora da lista de exceções. “O aumento das isenções é um sinal muito positivo de que temos espaço para remover barreiras para outros produtos industriais. Esse é nosso foco agora”, afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou publicamente o gesto de Trump e disse que a medida representa “respeito” ao Brasil e abre espaço para novas negociações. O anúncio também reaviva discussões sobre os efeitos do tarifaço, que havia elevado custos de exportação e provocado tensões diplomáticas ao longo do ano.

O estudo da CNI considera os dados de 2024 da Comissão de Comércio Internacional dos EUA e abrange tanto tarifas horizontais quanto medidas específicas por setor. A CNI avalia que a nova rodada de isenções pode melhorar a competitividade de produtos brasileiros e abrir caminho para uma agenda comercial mais ampla com Washington.

Fonte: Times Brasil