O Relatório do Prisma Fiscal de junho, divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda (MF) nesta sexta-feira (14/6), revela melhora das perspectivas de mercado em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A mediana das expectativas dos agentes consultados ficou em R$ 11,535 trilhões ante os R$ 11,525 trilhões de maio. O relatório ainda confirma melhora em relação à arrecadação das receitas federais e receita líquida.
A mais recente estimativa de mercado para a arrecadação das receitas federais aponta para resultado de R$ 2,603 trilhões no ano (ante R$ 2,593 trilhões, em maio). Para a receita líquida do Governo Central, a mediana das projeções aponta valor de R$ 2,127 trilhões em 2024 (diante de R$ 2,120 trilhões, na edição anterior do Prisma).
Por outro lado, os agentes de mercado pioraram estimativas relativas ao resultado primário. O ano, segundo a mediana verificada pela SPE, deve fechar com um déficit de R$ 79,7 bilhões, enquanto em maio os agentes consultados para a realização deste relatório apontavam um déficit de R$ 76,8 bilhões. A relação DBGG/PIB se manteve praticamente estável em 77,33%.
Em relação ao comportamento da despesa total do Governo Central, a mais recente projeção de mercado aponta que o ano de 2024 deve fechar em R$ 2,207 trilhões (era R$ 2,189 trilhões, em maio). Para o resultado nominal, por sua vez, as projeções apontam para um déficit de R$ 724,091 bilhões frente a R$ 692,678 bilhões, no relatório anterior.
Todos esses valores referem-se à mediana dos dados enviados pelos agentes de mercado que contribuem com a SPE para a elaboração do Prisma Fiscal. Os dados foram coletados até o quinto dia útil do mês.
Curto prazo
O Prisma Fiscal também traz previsões mensais de curto prazo, referentes aos meses de junho, julho e agosto. O relatório mostra, entre outros pontos, que para este mês há estimativa de que a arrecadação das receitas federais alcance R$ 200,002 bilhões (ante R$ 199,138 bilhões, em maio). Melhorou também a projeção para a receita líquida do Governo Central deste mês, agora projetada em R$ 161,028 bilhões (frente a R$ 159,982 bilhões, em maio).
O mercado também se mostrou mais otimista em relação ao comportamento do mercado de trabalho. A nova estimativa é de que a taxa de desemprego encerre junho em 7,7% da força de trabalho (ante 7,94%, na edição anterior do Prisma Fiscal). Também obteve melhora a estimativa em relação à população ocupada do mês: saltou de 100,429 milhões, na coleta de maio, para 100,757 milhões de pessoas na coleta de junho.
Por outro lado, pioraram as projeções para o resultado primário do mês. As mais recentes estimativas apontam para déficit de R$ 40,867 bilhões ante R$ 40,183 bilhões, estimado em maio. Em relação à despesa total, o cálculo mais recente de mercado aponta para a cifra de R$ 202,011 bilhões este mês (ante R$ 200 bilhões, na edição anterior do Prisma Fiscal). Para o resultado nominal, as mais recentes perspectivas apontam para déficit de R$ 91,148 bilhões em junho de 2024, frente a R$ 90,097 bilhões, conforme era estimado em maio.
O Prisma Fiscal
O Prisma Fiscal é o sistema de coleta de expectativas de mercado, elaborado e gerido pela SPE para acompanhamento da evolução das principais variáveis fiscais brasileiras do ponto de vista de analistas do setor privado. Esse sistema apura, ainda, variáveis auxiliares de atividade econômica, nível geral de preços e mercado de trabalho, itens que geram impactos nas contas públicas e na política fiscal em geral.
O relatório do Prisma Fiscal reúne estatísticas das previsões consolidadas das instituições (mediana, média, desvio padrão, mínimo e máximo). Ao apresentar estatísticas das expectativas ao público em geral, o Prisma Fiscal possibilita o acompanhamento da sociedade sobre as perspectivas dos agentes a respeito da situação fiscal do país.
As projeções mensais do relatório — junho, julho e agosto, nesta mais recente edição — revelam as expectativas de mercado para arrecadação das receitas federais; receita líquida, despesa total, resultado primário e resultado nominal do Governo Central; INPC; taxa de desemprego e população ocupada.
Já no que diz respeito às projeções anuais, o relatório apresenta as previsões relativas a 2024 e 2025 para arrecadação das receitas federais; receita líquida, despesa total, resultado primário e resultado nominal do Governo Central; DBGG, deflator, PIB nominal e inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Ministério da Fazenda