O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido recorrente de R$ 9,8 bilhões, de janeiro a setembro de 2024, crescimento de 48,5% em relação a 2023. No período, o Banco alcançou a maior carteira de crédito desde dezembro de 2017 (R$ 550,3 bilhões) e teve aumento na demanda por crédito em todos os setores, em relação ao mesmo período de 2022 e 2023.

Os resultados foram apresentados, nesta segunda-feira, 11 de novembro, em entrevista coletiva de imprensa, no escritório do BNDES em São Paulo, com a participação do presidente Aloizio Mercadante e dos diretores Alexandre Abreu (Financeiro e Mercado de Capitais), Nelson Barbosa (Planejamento e Relações Institucionais), Luciana Costa (Infraestrutura e Mudança Climática) e José Luis Gordon (Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior).

Ao todo, as consultas somaram R$ 258,9 bilhões de janeiro e setembro deste ano, aumento de 30% ante o mesmo período de 2023, e alta de 153% em relação a 2022. Os desembolsos totalizaram R$ 87 bilhões, de janeiro a setembro de 2024, crescimento de 15% sobre 2023 (R$ 75,4 bilhões) e de 38% em relação a 2022 (R$ 62,9 bilhões).

APROVAÇÃO DE CRÉDITO – As aprovações de crédito tiveram crescimento em todos os setores e alcançaram R$ 137,4 bilhões (alta de 39% ante o mesmo período de 2023 e de 108% sobre 2022). A indústria apresentou o maior crescimento, de 108% em relação a 2023, alcançando R$ 37 bilhões. E de 263% frente ao mesmo período de 2022, quando as aprovações somaram R$ 10,2 bilhões.

No setor de comércio e serviços, as aprovações de janeiro a setembro totalizaram R$ 24,5 bilhões, alta de 87% em relação a 2023 e de 122% sobre o mesmo período de 2022 (R$ 11 bilhões). Na agropecuária, as aprovações de crédito somaram R$ 35,1 bilhões, alta de 15,5% sobre 2023 e de 49% em relação a 2022 (R$ 23,5 bilhões). No setor de infraestrutura, as aprovações totalizaram R$ 40,8 bilhões, alta de 8,6% em relação a 2023 e de 92% sobre 2022 (R$ 21,2 bilhões).

Para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), as aprovações de crédito totalizaram R$ 64,9 bilhões, aumento de 45,5% ante os nove primeiros meses de 2023 e alta de 69,5% ante o mesmo período de 2022 (R$ 38,3 bilhões).

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destaca que esse crescimento foi acompanhado por uma melhora na qualidade do investimento. “A evolução é muito forte e os resultados consistentes. Estamos mantendo o crescimento sustentável do crédito oferecido pelo BNDES, sendo a ampla maioria, cerca de 80%, à taxa de mercado. É também um avanço na qualidade do investimento, uma vez que o setor que apresentou maior crescimento em relação ao mesmo período de 2022 foi o industrial, com alta de 263%. Outro dado importante é a inadimplência, que era 0,07%, e caiu ainda mais, para 0,001%”, explica Mercadante.

A inadimplência de 0,001% (90 dias) permanece expressivamente inferior à do Sistema Financeiro Nacional (3,24% geral e 0,26% para grandes empresas em setembro de 2024).

Durante a coletiva, o diretor Nelson Barbosa explicou que, no acumulado de 12 meses, até setembro de 2024, os desembolsos do BNDES somaram R$ 121 milhões. “Se adicionarmos as operações para o Rio Grande do Sul, já foram desembolsados R$ 126 bilhões. Se tirarmos as operações emergenciais, 21% são feitas com taxa de juros incentivada, sendo a maior parte do Plano Safra e a outra principal do Plano de Inovação. Com isso, 78,9% dos empréstimos do BNDES são feitos a taxas de mercado, ou seja, não tem nenhum impacto sobre a eficiência da política monetária”, comentou.

Barbosa respondeu ainda às críticas de “temores sobre um crescimento desmensurado do BNDES”. Segundo ele, o Banco está voltando ao seu tamanho padrão. “Um tamanho que ele tinha antes da crise de 2008. Um tamanho menor do que tinha em 2002. Não é um tamanho nem excessivo, nem pequeno. Então, qualquer comparação do BNDES de agora com o dos anos 2008-2015 é infundada. Quem diz isso não sou eu, são os números”, pontuou.

LUCRO LÍQUIDO – Nos primeiros noves meses do ano, o BNDES registrou lucro líquido total de R$ 19 bilhões, valor 31,4% superior aos R$ 14,4 bilhões apurados no mesmo período de 2023. O lucro líquido recorrente, de R$ 9,8 bilhões, cresceu 48,5% frente ao mesmo período de 2023 (R$ 6,6 bilhões). O resultado financeiro foi concentrado, principalmente, em ganhos de crédito, oriundos do crescimento dos ativos como um todo.

Eventos não recorrentes como recuperações de crédito influenciaram o lucro total. Em 2024, a receita com reversão de provisões de crédito totalizou R$ 3,1 bilhões, devido a revisões de classificação de risco (melhorias de ratings) e recuperação de créditos provisionados em exercícios anteriores. As receitas de dividendos e juros sobre o capital próprio não incluídas no lucro recorrente somaram R$ 6,6 bilhões (basicamente oriundas da Petrobras e da JBS).

O diretor Alexandre Abreu comentou a evolução do patrimônio líquido: “Em relação ao terceiro semestre do ano passado o crescimento foi de 14,3%. Porém, em relação a dezembro de 2022, houve um aumento de 28,8%. Mostrando que apresentamos resultado, pagamos dividendos e mantemos a saúde financeira do BNDES”, afirmou.

Ainda segundo Abreu, o índice de inadimplência do mercado é muito superior ao do BNDES: “O Banco está com um índice de 0,001% e o mercado de 0,26%. Isso mostra que estamos com um índice de aproveitamento de nossos capitais e de assertividade nos nossos créditos muito bom”.

ATIVOS – Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 807,1 bilhões em 30 de setembro de 2024, aumento de R$ 74,6 bilhões (10,2%) em relação a dezembro de 2023, sobretudo pelo acréscimo de R$ 35,3 bilhões da carteira de crédito expandida e de R$ 42,8 bilhões dos títulos e valores mobiliários, em função de ingressos de recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e do Tesouro Nacional (Programa BNDES Emergencial do Rio Grande do Sul), além dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT.

As demonstrações financeiras completas do BNDES e suas subsidiárias podem ser conferidas no Portal de Relações com Investidores .

Fonte: Agência GOV