Os ativos imobilizados geralmente são conhecidos como sendo os itens de uso nas áreas administrativa, comercial, produtiva e outras, tais como edificações, máquinas, equipamentos, móveis, utensílios, veículos e etc. que devem ser devidamente gerenciados, pois trazem benefícios econômicos por um prazo maior (considerados como ativos de longo prazo, até por terem a característica de serem permanentes) em relação a outros ativos para uma empresa. Benefícios que representam, dentre outros, produtividade, geração de receita, fluxo de caixa e lucratividade, economia e redução de custos e outros gastos, retorno de investimentos feitos nestes ativos, dentre outros, que agregam valor ao processo organizacional e aos produtos e serviços.

Os montantes financeiros aplicados nestes ativos são geralmente consideráveis, sendo de alto valor. Por isso a gestão dos imobilizados, que vale para todo tipo de negócio e empresa, deve ser muito bem aplicada para a obtenção dos resultados esperados e saber planejar, gerenciar e controlar tais ativos se torna cada vez mais crucial. Afinal, o investimento feito nestes bens devem se traduzir em ótimos retornos, não é verdade?

O ideal é que o administrador da empresa e o responsável pela contabilidade da mesma trabalhem em conjunto para gerenciar os bens, direitos e obrigações da empresa, notadamente aqui no texto os bens (ativos) imobilizados. Assim, conhecerem as atuais condições dos ativos imobilizados pode ser crucial para o andamento e desenvolvimento dos processos aplicados na organização, pois tais ativos são recursos importantes para a operação da organização.

Onde, como e quando um ativo imobilizado é colocado em operação é de acordo com odesejado pela administração entidade, que também determinará a vida útil de uso do mesmo, baseada na expectativa de benefícios econômicos futuros e num valor residual estimado, também deve ser determinado ou, pelo menos, ter grande participação da administração da entidade para a determinação da mesma, lembrando que a vida útil e o valor residual são estimativas contábeis que serão revistas anualmente, lembrando que são bases importantes para se determinar o critério de depreciação mais apropriado para o ativo ou grupos de ativos que de fato traduza a perda esperada do benefício econômico pela obsolescência e uso dos mesmos. Não obstante pensar nos teste de desvalorização para ativos imobilizados é igualmente relevantepara avaliação da provável perda maior de benefícios econômicos atrelados aos fatores ambientais internos e externos. E tudo isso se torna ainda mais impactante devido asmudanças causadas pela pandemia da COVID-19 nas operações das empresas, em especial revisão de processos, corte de gastos, busca de melhor eficiência e produtividade, mudanças na atuação e na oferta de produtos e serviços, revisão também da política de preços e do mercado consumidor, introdução de inovações, troca de fornecedores, dentre outros aspectos que causam alterações na forma de usar os ativos de longo prazo da entidade.

Dentro da gestão temos o planejamento empresarial, que é uma ferramenta cada vez mais importante. O planejamento envolve aspectos estratégicos, táticos e operacionais, devendo considerar como os ativos de uso, em especial neste texto os imobilizados, serão devidamente gerenciados e usados pela entidade. Importante considerar também que mudanças nos cenários econômicos, legais, sociais, mercadológicos, nas políticas organizacionais e etc. podem fazer com que haja subutilização destes ativos e a substituição dos mesmos deverá ser devidamente analisada e planejada, evitando perda de recursos materiais, financeiros e outros. Um planejamento bem elaborado e devidamente revisto e atualizado determinará o uso apropriado dos ativos imobilizadosresultando em melhor competitividade para o negócio e ajudará na melhor empregabilidade destes ativos e também na antecipação de mudanças e na realização de investimentos adequados nestes bens.

Outro aspecto importante é inspecionar e/ou vistoriar tais ativos. Tais verificações podem (ou devem) ser físicas e objetivam saber se o ativo existe e se está sendo operado na capacidade esperada, como a manutenção do mesmo é feita, como é feito o controle de acesso e uso de tais ativos, quem opera ou utiliza estes recursos, se não está sucateado ou com significante perda de uso e de geração de benefício econômico esperado. Deve, portanto, verificar o uso deste ativo e se o mesmo está operando com eficiência e eficácia. 

Além da inspeção e da vistoria e aliado asmesmas, manter um inventário físico permite o acesso e melhor verificação da informação e da existência dos ativos. Por isso também é fundamental que toda documentação referente aos ativos imobilizados devem ser devidamente mantidas e vistoriadas, permitindo que haja verificabilidade de informações e, de fato, melhor controle dos dados, gerando assim relatórios mais confiáveis e tempestivos.

A gestão dos ativos imobilizados deve ser contínua e aprimorada de forma constante e, além de abranger administradores do maior nível hierárquico da organização e os profissionais da contabilidade (sejam da própria empresa ou a que as atendem em seus escritórios ou como terceiros), deve considerar e englobar todo o pessoal que atua sobre estes ativos; para ser assim mais realista, efetiva, dinâmica e aplicada num ambiente que propicie a comunicação e participação dos envolvidos, obtendo também melhor clima organizacional, que vai refletir nas esferas estratégicas, táticas e operacionais.

Dependendo do planejamento feito para os ativos imobilizados, haverá obviamente impactos na gestão deles, inclusive em qual momento serão operados, descontinuados, desvalorizados, colocados para venda, se a vida útil será aumentada, dentre outras implicações causadas pelo planejamento e gestão destes ativos que também irá afetar as demonstrações contábeis, como por exemplo, e sem citar outras possíveis situações, a classificação ou a reclassificação destes ativos no balanço patrimonial, obtenção de resultados, gastos com depreciação e perda por desvalorização que podem alterar informações e valores no balanço e também na demonstração de resultado.

Lembro que as demonstrações contábeis visam relatar e revelar informações sobre a posição e o desempenho econômico e financeiro da entidade, sendo uma representação fidedigna do patrimônio e de outros elementos da empresa e estão sendo cada vez mais usadas pela própria administração de forma gerencial e o que foi exposto sobre tais ativos neste texto, inclusive com o exemplo apresentado no parágrafo anterior, impacta em como serão apresentados nos relatórios contábeis e financeiros; devendo ser demonstrados de forma verídica, fidedigna e atual, dando suporte aos demais relatórios gerenciais, planejamentos e tomadas de decisão; por isso a importância de inspecionar, vistoriar e gerenciar da melhor maneira estes ativos. O bom uso e a gestão correta destes ativos trazem maior credibilidade, economia e rentabilidade para os negócios de uma empresa.

Demetrio Luiz Pedro Bom Junior

Contador e Administrador de Empresas

CRC SP-315480/O-1 / CRA SP 78891

1º Vice Presidente – AESCON

E-mail: demetriolpbjr@gmail.com