O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu que os bancos públicos ampliem empréstimos para pequenas empresas e para a população mais pobre do país. O assunto foi discutido em reunião com os presidentes do Banco do Brasil, Caixa, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco da Amazônia e Banco do Nordeste. Lula quer que as instituições financeiras trabalhem alinhadas em torno da pauta de estímulo ao crédito, prioritária para sustentar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano após a alta de 2,9% em 2023.
O encontro aconteceu após a divulgação do balanço dos bancos no primeiro ano do atual governo. Na reunião, o presidente recebeu dados sobre a liberação do crédito pelos cinco bancos. O Banco do Brasil teve um lucro líquido ajustado de R$ 35,5 bilhões em 2023. Este é o melhor resultado da história.
A Caixa, pro sua vez, teve lucro líquido recorrente de R$ 10,6 bilhões em 2023, 15,5% maior do que o alcançado em 2022.
A margem financeira alcançou R$ 17,5 bilhões no quarto trimestre do ano, crescimento de 17,1% quando comparado ao mesmo período do ano passado. Já o BNDES teve lucro líquido total de R$ 21,9 bilhões em 2023 (e de R$ 7,5 bilhões no 4º trimestre) foi impactado por receitas de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 7,8 bilhões (principalmente oriundas da Petrobras), líquidas de tributos, além de reversão de provisões de crédito, em especial pela recuperação de créditos provisionados em exercícios anteriores
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também participou da reunião, lançou recentemente uma ofensiva para a redução do spread bancário, como forma de reduzir o custo do crédito e ampliar a oferta. A maior parte da agenda depende de aprovação de oitos projetos que já estão no Congresso. Ele e o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, estão fazendo uma espécie de road show (série de apresentações a investidores) para vender o pacote de redução do spread a empresários de vários setores. A reunião com os bancos públicos foi feita depois de pesquisas de opinião apontarem uma queda da popularidade do presidente, apesar do cenário de melhora da economia e do mercado de trabalho -fatores que tradicionalmente influenciam a avaliação do governo.