O empreendedorismo no Brasil, está ganhando cada vez mais espaço, segundo o mapa de empresas elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – MDIC em parceria com Serviço Federal de Processamento de Dados – Serpo, o país teve 2,7 milhões de novas empresas em 2023.
Com isso, a reforma tributária tem sido um assunto que vem sendo discutido ao longo dos últimos meses, em especial no mercado empreendedor. Mas afinal, o que é e como ela afeta o empreendedorismo e o que muda para as pequenas e médias empresas – PMEs?
O que é reforma tributária:
A reforma tributária visa simplificar e unificar os tributos sobre o consumo. A principal mudança será a extinção de quatro tributos (PIS, Cofins, ICMS e ISS), que serão transformados em dois: uma Contribuição sobre Bens e Serviços – CBS, que substituirá o PIS e a Confins e um Imposto sobre Bens e Serviços – IBS, que substituirá o ICMS e ISS. Eles terão a mesma base de cálculo e as mesmas regras. A proposta prevê alíquotas reduzidas para alguns setores da economia.
O que muda para Pequena e Médias Empresas – PMEs:
Segundo informações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, as PMEs geram 27% do produto interno bruto brasileiro, com valores de produção de R$ 599 milhões ao ano.
Todo empreendedor precisa escolher um regime tributário na hora de abrir uma empresa. No Brasil, existem três opções de regimes tributários: o Simples Nacional, o Lucro Presumido e o Lucro Real, cada um com suas regras e particularidades. Apenas empresas que faturam R$ 4,8 milhões por ano podem optar por esse regime, ou seja, um faturamento mensal em média de 400 mil.
Com a reforma, os PMEs poderão continuar inseridos no regime simples, e podem excluir o IBS e o CBS da cesta de impostos. Mas saber se isso é uma vantagem precisará de estudos aprofundados. Pois, isso pode ser vantajoso para algumas empresas, no entrando, para outras, que não geram tantos créditos, tem o risco de o imposto ficar mais caro fora do simples. Outro fator que impacta, é que as empresas podem perder a competitividade na venda de produtos.
Importância do fortalecimento do networking:
Com essa mudança, empreendedores se sentem prejudicados e esquecidos pela sociedade, como se não tivessem significância, e reforçam a importância de fortalecer o networking, que nada mais é, do que construir relações e ter contatos com outros empreendedores. Conhecer, compartilhar ideias, visando expandir os negócios. Independente de qual nicho da empresa, sempre é viável manter essa troca de experiência no setor de empreendedorismo.
Levando em conta, que a maioria dos empreendedores, optam por abrir seu próprio negócio, porque as oportunidades no mercado de trabalho são restritas a determinados perfis, e acabam se sentindo excluídos, resultando na necessidade de buscarem outras alternativas, como se reinventar e apostar no empreendimento.
Nesse cenário, manter a empatia uns com os outros e ter sororidade é fundamental para conseguirem se manter de pé, ter esse acolhimento é uma forma de não se sentir sozinho na caminhada.
Além disso, unir forças, vai ajudar na discussão de quais são as vantagens e desvantagens da reforma tributária e também a chegar a um acordo sobre o que pode ser feito para não saírem prejudicados.
Angela Alves – Advogada, Ativista Social, Escritora e Palestrante. Formada em Administração de Empresas e em Direito, Pós-graduada em Processo Civil, Direito Empresarial e Negociação Media.
Fonte: www.migalhas.com.br