Se nada é mais poderoso do que uma ideia cuja hora chegou, como ensina a frase atribuída ao dramaturgo Victor Hugo (1802-1895), vale a pena saber quais são as informações que estão para conquistar o mercado. Estar com a ideia do momento na cabeça e abandonar o que não funciona mais é uma vantagem competitiva para um pequeno empresário.
Em 2014, as eleições e a Copa certamente vão influenciar a maneira como serão feitos negócios --para o mal e para o bem. Seja trazendo dúvidas ao investidor que vai escolher um novo negócio no qual quer apostar, seja trazendo mais clientes para um hotel.
Veja algumas das ideias cujas horas estão próximas.
• SERVIÇOS
HÁ DE VIR- Os serviços não tiveram grande crescimento em 2013. Mas dentro do setor há áreas que podem ir bem, como transportes e hotelaria. "Esses serviços foram beneficiados não só pela Copa, mas também pelo fortalecimento da classe média", diz o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
É PASSADO - Empresas que oferecem capacitação profissional e apoio operacional devem crescer menos, pois já se expandiram em preparação para a Copa, diz o Sebrae.
• INDÚSTRIA
HÁ DE VIR- Irá melhor quem investir em nichos. "Não dá para massificar. O ideal é alcançar públicos específicos com produtos de alta qualidade", diz Jouseth Couri, do sindicato da pequena indústria.
É PASSADO - Para Fábio Silveira, da consultoria GO Associados, indústrias que usam mão de obra intensiva tendem a perder competitividade para as mais tecnológicas
• INVESTIMENTO
HÁ DE VIR - O ano é de incerteza: as eleições fazem com que o dinheiro do governo seja mais escasso --deve haver menos editais de fomento às start-ups. O investidor privado também deve ficar mais receoso, segundo Bruno Rondani, do concurso Desafio Brasil, da FGV. Captar novos recursos nesse cenário será tarefa árdua.
É PASSADO - A presença de fundos estrangeiros interessados em novas empresas não deve ser como nos últimos anos.
• VAREJO
HÁ DE VIR - A Copa será positiva para o varejo brasileiro em 2014, na análise de Nuno Fouto, do Programa de Administração do Varejo da FIA. O evento será "o embrião para novos negócios".
É PASSADO - Para as concessionárias: incentivada nos últimos anos pela redução de impostos pelo governo, a venda de automóveis, na previsão de Fouto, deverá cair consideravelmente já no primeiro trimestre do ano.
• FRANQUIAS
HÁ DE VIR - ABF (Associação Brasileira de Franchising) prevê que em 2014 as franquias cresçam 12% em faturamento, puxadas principalmente por bandeiras dos setores de saúde e beleza, alimentação e serviços domésticos.
É PASSADO - O coordenador de estudos de varejo da ESPM, Ricardo Pastore, diz que as franquias de hipermercados perderam fôlego, pois pessoas abandonaram o hábito de fazer grandes compras, preferindo lojas de bairro.
• EXPORTAÇÃO
HÁ DE VIR - O diretor da Apex (agência para ajudar a exportar) Ricardo Santana afirma que quem quer começar a exportar precisa olhar para "Colômbia, Chile, Uruguai e Peru, que estão crescendo". Ele diz que, para quem já tem alguma experiência em mercados estrangeiros, 2014 deve ser um bom ano nos EUA.
É PASSADO - Segundo Santana, empresas precisam parar de atuar fora do país sem tentar entender o contexto diferente de cada região.
• EVENTOS
HÁ DE VIR - Em um ano normal, 65% dos investimentos em eventos acontecem no segundo semestre, diz Kito Mansano, da Associação de Marketing Promocional. Mas 2014 não é um ano normal. O primeiro semestre vai ser mais importante. A dica é correr.
É PASSADO - Grandes shows não fecham as contas só com a bilheteria. "A tendência é não ter mais. Eles são muito arriscados", afirma Mansano.
• INTERNET
HÁ DE VIR - Na Ásia, na Europa e nos EUA cresce muito o uso do telefone para comparar preços ou fazer compras. Isso se chama "omnichannel". As empresas de varejo on-line vão ter que se adaptar, afirma Pedro Guasti, da consultoria E-bit.
É PASSADO - Não é mais preciso convencer alguém a comprar pela web. Só não compra quem não tem poder aquisitivo. O medo já passou, diz Guasti.
• LEGISLAÇÃO
HÁ DE VIR - O STF irá decidir se as empresas podem fazer doações à campanhas políticas. Para Paulo Feldman, da Fecomercio-SP, os projetos e pedidos que as pequenas empresas enviam aos parlamentares não são aceitos "porque quem contribui com as campanhas são grandes corporações".
É PASSADO - A lei que define o teto de faturamento para enquadramento no Simples precisa ser revista.
Fonte: Folha de S. Paulo